Açúcar

Por Leonardo Costa

Uma doce ilusão de bem-estar que pode impulsionar o câncer e ajudar a desenvolver inflamações e outras doenças.

Nosso famoso Jô Soares, no LP “Plunct Plact Zuuum”, cantou na década de 80: “Doce, doce, viver no planeta doce. Veja que vida gostosa você pode aqui levar. […] Oh, não. Não tenha medo. Não há perigo aqui. O pior que pode haver é você ter um piriri.”
Presente em nossa culinária brasileira desde 1532, segundo historiadores, para algumas pessoas o açúcar não proporciona uma vida tão doce assim. Apesar de ser um carboidrato simples, ele deve ser evitado e consumido em pequenas quantidades. Alguns especialistas aconselham a não utilizá-lo na rotina alimentar diária, pois o seu excesso pode causar diabetes, inflamações no organismo e aumento de peso.

Tipos e diferenças

O tipo de açúcar pode variar de acordo com o produto e o seu processo de fabricação. A origem mais conhecida e comum na fabricação brasileira é a cana-de-açúcar. Porém, pesquisas trazem novos produtos, alternativos e mais saudáveis.

Açúcar Cristal
Tem os sais minerais e vitaminas perdidos no processo de produção, devido a adição de produtos químicos que o deixa branco e saboroso. Apesar de ser branco, também é encontrado em diversas cores para ornamentação de bolos e doces.

Açúcar de Confeiteiro
Seus grãos finos são perfeitos para algumas coberturas como chantilly e glacês, mas pode ter amido adicionado em sua formula para impedir a união dos grãos.

Açúcar Mascavo
Produto do cozimento do caldo da cana-de-açúcar, ele mantém alguns nutrientes como ferro, ácido fólico e cálcio, além de minerais e ser rico em calorias. O que alerta para o consumo em pequenas quantidades.

Açúcar Demerara
Tem cor parecida com o mascavo, porém é mais cristalizado. Geralmente, não tem aditivos químicos e mantém os minerais da cana-de-açúcar. Com o sabor mais leve que o mascavo, ele dilui mais fácil.

Açúcar orgânico
É considerado todo o produto que não passa por adição de ingredientes artificiais durante a sua produção e nem o cultivo da matéria prima recebe adubos, fertilizantes químicos ou agrotóxicos. Como não são refinados tem uma textura mais grossa e um sabor mais forte. O seu processo de produção ainda encarece o valor final deste tipo de açúcar.

Açúcar Light
É uma mistura do açúcar refinado com adoçantes artificiais ou naturais. Isso diminui as calorias e acentua o poder de adoçar. Com um sabor mais artificial, ele não é aconselhado a ser consumido por pessoas com diabetes.

Açúcar de coco
Ele não contém conservantes. É extraído da seiva do coqueiro e não passa por nenhum processo de refinamento, além de ter um índice glicêmico baixo, em relação ao açúcar refinado. Logo, não tem uma grande influência na glicemia. Também contêm minerais (ferro, zinco, potássio e magnésio) e vitaminas do complexo B.

Como substituir

Se você é aquela pessoa que está com o paladar acostumado a sentir o sabor dos alimentos apenas com a adição de açúcar é preciso criar uma rotina que lhe ajude a mudar os seus hábitos. Mas, para isso é preciso querer. Se você já tem esta vontade, agora, o próximo passo é seguir algumas dicas.
Abra e se permita expandir o seu paladar, pois quando começar a diminuição dos açúcares novas sensações irão surgir nas suas papilas gustativas. O melhor seria excluir o açúcar, mas a substituição pode ser o início. Quanto mais escuro o açúcar, mais saudável. Porém, o demerara é identificado como um açúcar com alto índice glicêmico, mesmo não sendo refinado.
O importante é saber usar com sabedoria as alternativas que podemos criar ao longo do nosso dia. Por exemplo, se você é adepto daquele cafezinho durante o trabalho, vai diminuindo o açúcar até se acostumar a tomar sem. Alguns especialistas orientam que o açúcar deve ser cada vez mais eventual em nossas vidas.

Açúcar x câncer

Muita calma nesta hora. O açúcar não causa câncer. Pesquisas revelam que o açúcar está relacionado ao avanço da multiplicação das células cancerígenas. Pois, elas consomem os açúcares para gerar energia e a sua fermentação dentro delas impulsiona a hiperatividade das proteínas responsáveis pela reprodução celular. Ou seja, temos um ciclo vicioso que aumenta exponencialmente o desenvolvimento do câncer.

Naturalmente doce

Sempre com o princípio de se permitir novos paladares, alguns adoçantes naturais podem ajudar na substituição do açúcar como o mel, stevia e xilitol. Porém, não é por ser natural que devemos usar indiscriminadamente.

MEL
Além de adoçar, pode melhorar a sua digestão e ainda manter a sua flora intestinal saudável. Fortalece o sistema imunológico e age como antioxidante. Em sua composição podemos encontrar potássio, magnésio, cálcio e ferro. O índice glicêmico é classificado como médio. Mas, atenção, ele não pode ser consumido por crianças menores de 1 ano de idade.
STEVIA
Recebe o nome sua planta de origem: Stevia Rebaudiana Bertoni. Facilmente encontrada nos supermercados, ela pode ser vendida em pó ou líquido. Algumas publicações afirmam que ela tem 300 vezes mais capacidade de adoçar que o açúcar refinado e não possui calorias. Sua composição permite o uso na culinária tanto em pratos frios quanto quentes.
GELÉIA DE FRUTA
Sem adição de açúcar, também pode ser uma opção. Ela é o açúcar natural da fruta concentrado, mas na forma de geleia.
Além de adoçar alimentos, ela também é indicada para vitaminas, bolos e biscoitos. Os açúcares mascavo e de coco, apresentados nos tipos de açúcar, também são classificados como adoçantes naturais.
XILITOL
É uma substância natural apresentada como um açúcar de álcool. Seu índice glicêmico é baixo e tem uma capacidade de adoçar similar ao açúcar refinado. Das opções naturais ele é considerado a mais saudável, pois não prejudica os dentes.
MELADO DE CANA
É aquele xarope extraído da cana e tem as mesmas propriedades minerais do açúcar mascavo. Com alto teor calórico, ele precisa ser consumido em pequenas quantidades. Não é aconselhado para pessoas diabéticas ou com doenças renais.
TAUMATINA
Tem as mesmas calorias do açúcar, porém, devido a sua capacidade de adoçar ser de até 3000 vezes maior que o açúcar comum, é necessária uma quantidade bem menor de uso. Ela é composta por duas proteínas, logo, não aumenta glicemia e nem a produção de gordura.

Diabetes

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) apresenta a diabetes como uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz. No Brasil, estima-se que mais de 13 milhões de pessoas estejam vivendo com diabetes, podendo representar 6,9% da população, segundo a SBD.
A insulina é o hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue. Ela que nos possibilita a utilização da açúcar como fonte de energia dentro das células. Quando o organismo não produz insulina, podemos desenvolver um quadro de hiperglicemia.
Não esqueça que todo tipo de açúcar é considerado como um carboidrato simples, logo, ele deve ser evitado no caso de diabetes. E, o consumo deve ser em pequenas doses para manter a qualidade da sua saúde e equilibrar o peso.
Um adoçante que pode ser usado por pessoas diabéticas é o eritritol. Da mesma família do xilitol, ele tem 0,2 calorias por grama e 70% da capacidade de adoçar do açúcar comum. A sua comercialização em pó é feita por lojas de suplementos nutricionais ou de produtos naturais.
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