Lixo Eletrônico

Por Leonardo Costa

A substituição de aparelhos eletrônicos gera toneladas de lixo que poluem o meio ambiente e precisam ser descartados de forma adequada.

Que a tecnologia é o combustível para o desenvolvimento da humanidade, isso, realmente não resta dúvidas. Mas, não podemos deixar de refletir em como ela está sendo usada pelas grandes indústrias e de como estamos nos apropriando dos produtos que as indústrias produzem. O consumo consciente não se limita apenas em identificar produtores e indústrias que estejam dentro dos padrões éticos de produção, incluindo a matéria prima, o processamento e formas de consumo dos produtos tecnológicos.
É preciso ampliar a consciência no que diz respeito ao que nós, enquanto consumidores, produzimos ao descartarmos embalagens ou qualquer equipamento eletrônico que de alguma forma possa retornar ao meio ambiente.
Os eletrônicos são maravilhosos e sempre nos ajudam no desenvolvimento das nossas tarefas. É difícil imaginar uma cozinha sem multiprocessador, micro-ondas, liquidificador ou uma geladeira. Os eletrônicos proporcionam praticidade e otimizam o tempo. Como seria a rotina de uma corporação sem os computadores e outros equipamentos? E, a dinâmica de Home Office sem os smartphones, tablets e laptops?

O Brasil e o mundo

Segundo uma publicação da ONU (Organização das Nações Unidas), China , Estados Unidos e Índia lideram a lista de países que mais geram lixo eletrônico, com mais de 20 milhões de toneladas. O valor representa 38% do lixo mundial produzido em 2019. Entre os países lusófonos, cuja língua oficial é o português, o Brasil é líder na produção com mais de 2 mil toneladas.
O consumo de produtos eletrônicos aumentou nos últimos anos. Com a chegada de novas marcas no mercado brasileiro, em 2019, foram vendidos mais de 48 milhões de aparelhos, de acordo com o site da TeleSintese.
As razões para o aumento de consumo são diversas, seja pelo surgimento de designs mais funcionais ou substituição de algum aparelho que apresentou defeito. Em alguns casos, é mais barato comprar outro equipamento que consertar ou substituir a peça que deu defeito, como a famosa bateria viciada.
E, quando chega o momento de descarte? Como podemos fazê-lo de forma consciente que não prejudique o meio ambiente, gere emprego, renda e impulsione a economia? Parece uma missão impossível, mas muito viável se tivermos o hábito de pesquisar a rede de recolhimento, reciclagem e comércio de lixo eletrônico na nossa região.

Lixo eletrônico

Estima-se que existam mais de 500 milhões de aparelhos eletrônicos sem uso, nas casas e apenas 2% estaria sendo reciclado. Ora, se o mercado registra um aumento de vendas, logo, a equação se torna preocupante. Ficamos com a sensação de um crescimento exponencial da produção de lixo. Qual o grau de responsabilidade você gostaria de ter nesta produção?
Poluição
Você sabia que são encontrados mais de 15 tipos de metais diferentes em um simples aparelho de celular e que alguns como chumbo, cobre, mercúrio e cádmio são nocivos a nossa saúde? Eles podem contaminar a água, o ar e o solo, agravando ainda mais a situação do meio ambiente.
O descarte inadequado nas lixeiras e nas ruas das grandes cidades ou do seu bairro pode aumentar ainda mais o nível de poluição. Muitas pessoas que trabalham com reciclagem atuam de forma equivocada para separação e venda de alguns metais que possam ter valor no mercado.
Além de descartarem as partes que não irão utilizar, os catadores queimam as partes com alumínio e cobre, que tem valor no mercado de reciclagem, para separá-los das outras partes plásticas. A fumaça das fogueiras é carregada de materiais químicos tóxicos, que se espalham pelo ar e contribuem para o desenvolvimento de problemas respiratórios.

Descarte inteligente

É possível o descarte inteligente de equipamentos que não tem mais utilidade. A coleta de recicláveis é um mercado em expansão. Algumas empresas são especializadas em recolher o material em empresas. Logo, se você não encontrar nenhum ponto de coleta da sua região, se articule no órgão que você trabalha para fazer uma campanha de arrecadação e recolhimento.
Precisamos criar a consciência de darmos o destino ambiental adequado ao lixo que produzimos. A necessidade de se realizar o descarte correto é importantíssima para a nossa qualidade de vida e preservação do meio ambiente.
Uma dica é contatar a loja que fez a venda e verificar se eles também fazem este tipo de serviço, ou indicar onde e como fazer o descarte. Grandes fabricantes como HP, Dell e Samsung oferecem programas de coleta dos seus itens eletrônicos. Algumas operadoras de serviços de telecomunicação também fazem planos promocionais onde o aparelho antigo é transformado em desconto na aquisição do novo.

Transformação

Quando um equipamento chega no centro de reciclagem, a primeira manipulação irá identificar o que poderá ou não ser reaproveitado. A trituração e a separação mecânica transformam os resíduos em matérias primas para reciclagem. Cobre, plástico e vidro são vendidos a indústrias e podem se transformar em novos produtos. Estima-se que, aproximadamente, mais de 90% de um aparelho possa ser reciclado.

Baterias e pilhas

De acordo com a Lei 12.305/10, as pilhas e baterias são consideradas resíduos perigosos e devem ser descartadas de forma profissional e com responsabilidade ambiental. Os seus componentes são extremamente nocivos e podem fazer com que o solo se torne infértil e a água fique imprópria para o consumo. Por isso, encontre um ponto de coleta para que possa descartá-las.
Algumas substâncias encontradas no interior das baterias, como cádmio, chumbo e mercúrio, em contato com o nosso corpo pode contribuir para o surgimento de doenças no pulmão, rins, fígado e sistema nervoso. Todo o tipo de bateria precisa ter a mesma atenção ao descarte, desde as baterias pequenas de calculadoras e brinquedos até as de carro.

Logística reversa

Mas, nem tudo está perdido. Existe uma luz no final do túnel obstruído por toneladas de lixo eletrônico. Em fevereiro de 2020, foi publicado o Decreto Federal 10.240/20, que implementa sistema de logística reversa de produtos eletroeletrônicos e seus componentes de uso doméstico, independente do sistema de coleta público.
Com este decreto estima-se que além do sistema de logística sejam elaborados planos de comunicação e de educação ambiental, instalação de pontos de recebimento e formação de lideranças. Os fabricantes ficarão responsáveis a dar a destinação final ambientalmente adequado a todos os materiais recebidos. Nós consumidores temos o nosso grau de responsabilidade que é levar este produto ao ponto de recebimento. Fique ligado, pois mudanças positivas estão a caminho.

Todos os aparelhos que dependem do uso de corrente elétrica ou de campos eletromagnéticos são chamados de eletrônicos.
Eles são classificados em quatro grupos:

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