Dança Cigana e do Ventre | Saúde e Poder

Por Christine Keller

A experiência dos ritmos traz uma nova perspectiva de qualidade de vida, saúde e empoderamento.

Não importa o estilo de vida, a mulher atual enfrenta muitos desafios para cumprir uma agenda cada vez mais apertada. Pouco tempo sobra para cuidar de sua saúde e bem estar. Nesta edição da Revista trazemos um artigo especial sobre as Danças Cigana e do Ventre e o que a prática delas agrega de benefícios ao corpo e a mente, inclusive como uma excelente ferramenta terapêutica e de empoderamento.

Saúde em dia
As práticas da Dança Cigana e do Ventre são muito positivas ao corpo e a mente, com inúmeros benefícios como o estímulo da circulação sanguínea, melhora do sistema cardiovascular e capacidade respiratória, alívio da ansiedade, redução do sedentarismo liberando tensões acumuladas e ajuda na saúde mental. Também previne cólicas menstruais, alivia dores articulares, impulsiona a circulação sanguínea na região pélvica, promovendo maior controle na área do períneo, diminuindo distúrbios urinários, mais comuns na Terceira Idade.

Quer emagrecer e ganhar mais energia e vitalidade? Pois saiba que estas danças permitem queimar aproximadamente 300 calorias hora-aula. Ainda proporcionam resistência muscular, favorecem a reeducação postural, o funcionamento do intestino, do aparelho reprodutor e rins. E tudo é feito de forma prazerosa, harmoniosa e sem um esforço descomunal que exija muito além do que seu corpo possa responder.

Andréa Vida, professora de Dança Cigana e do Ventre há 19 anos, uma das idealizadoras do Flash Mob do Baile da ASSIST, nos conta um pouco sobre alguns benefícios: “Enquanto atividade física, as Danças demonstram, por seus gestos cadenciados, e algumas vezes lentos, atividades aeróbicas e cognitivas, sem provocar desgastes pesados, relaxando os músculos, proporcionando bem estar físico e psicológico. O ideal seria que os praticantes participassem de pelo menos duas sessões por semana para terem um melhor acondicionamento.” – explica.

Mente e Emocional
As Danças Cigana e do Ventre apresentam ainda outras benesses: auxiliam o desenvolvimento do raciocínio abstrato e do senso espacial, no emocional e no cognitivo, desenvolvem a expressão corporal e o ritmo, desinibem e favorecem o autoconhecimento, aumentam a coordenação motora e o equilíbrio, ativam a espontaneidade e a criatividade, melhoram o domínio do corpo em relação ao mundo exterior e a capacidade de comunicação, estimulam o sentimento de prazer, transmitem alegria e elegância, atuam no campo social, no relacionamento interpessoal e promovem o resgate da feminilidade.

Segundo Patrícia Gia Nut, bailarina e professora de Danças Oriental Árabe e Cigana há anos e Membro do CID (Conselho Internacional de Dança – UNESCO/Paris), “assim como toda Dança, a do Ventre e a Cigana contribuem para elevar a autoestima feminina. Elas evoluíram junto com a mulher, empoderando-a e resgatando o seu lado feminino, que muitas vezes adormeceu no decorrer do cotidiano, proporcionando lazer e bem-estar. Além disso, estas Danças têm como principais objetivos terapêuticos a elevação da autoestima, desbloqueio dos chacras, alívio do stress, consciência da respiração circular e integração social.”

“A Dança do Ventre está relacionada ao culto da fertilidade, sensualidade e divindade, trazendo consigo valores antigos e sagrados e constitui-se em um dos primeiros sistemas de treinamento Fisio-psíquico que se tem notícia. Os movimentos ondulatórios cadenciados abrem a consciência feminina e estimulam o seu redescobrimento como mulher, proporcionando uma revitalização e valorização, desenvolvendo senso de dignidade e autoestima, permitindo melhor aceitação de si mesma, em busca do equilíbrio interior. Para as praticantes da Dança do Ventre é quase unanime a melhora no funcionamento dos órgãos internos.” – explica Andréa Vida.

Já a Dança Cigana, segundo ela, é a busca constante pela celebração da vida, por ser um povo imensamente alegre, sem apegos materiais. Ela transmite muita segurança e com sua cadência demonstra toda emoção e sensibilidade. É uma dança especial, pois mexe muito com o equilíbrio emocional de seus participantes. Traz a percepção de cada movimento e gestos, com seus vários sentidos, de acordo com os acordes das músicas, gerando tranquilidade, paz, harmonia e autoconhecimento.

Empoderamento Feminino
A Dança em geral, em especial a Cigana e a do Ventre, tem uma forte ligação com o Feminino. Proporciona à mulher uma sensação de poder, adquirida a partir da confiança que ela tem em si mesma, e que é transmitida aos demais. Natália Trindade, responsável pelo Benefício Danças da ASSIST, acredita que “a dança é uma linguagem muito verdadeira da alma. E ao falar da alma feminina e das particularidades do “Ser Mulher”, mencionamos o privilégio sagrado da maternidade, da construção da família, do grupo social, do cuidado com o outro, explícitos nessas duas Danças. Através dos movimentos de energia, alegria e sensualidade, a mulher demonstra a sua força, determinação, fé e doçura, que são instrumentos para expor o real papel e importância dela na sociedade e obter a valorização e respeito merecidos.”

Outro fator importante, citado por Mônica (Najla) Cirino, psicóloga clínica e professora de Dança Árabe Oriental há anos, é o do respeito ao próprio corpo e as suas limitações. Segundo ela, mulheres que dançam aprendem que seu corpo tem valor. No âmbito terapêutico, a Dança do Ventre ensina que não existe corpo perfeito. Perfeito é aquele que dentro dele mora uma mulher corajosa, que pode movimentá-lo, sendo magro ou gordo, alto ou baixo.

“A mulher passa a conhecer seu corpo, a se admirar com os movimentos alcançados, apreciar sua silhueta e a se olhar no espelho, o que para algumas é uma tarefa difícil, dependendo do “encouraçamento” e de sua história de vida. Ela aprende a se valorizar e aceitar tudo o que seu corpo tem.” – explica Mônica.

Embora as Danças Cigana e do Ventre remetam muito ao universo feminino, não há impedimento aos homens de praticá-las. “Eles também podem dançar. Sendo que, na Cigana, existe a opção deles bailarem sozinhos ou formando casal. Além disso, a dança abraça todas as idades, e cada pessoa é capaz de perceber os benefícios alcançados com ela. Todos são livres para entrarem e saírem quando desejarem” – esclarece a professora Andréa Vida.

Não existe uma idade limite para entrar no mundo mágico que as Danças proporcionam aos praticantes. Depende da vontade e da disponibilidade de cada um, “porém o ideal é que haja uma consciência corporal para melhor adquirir as técnicas ensinadas.” – ressalta a professora Patrícia Gianut.

Especialmente pra você:

Aulas e Bailes
Depois de saber tudo de bom que as Danças Cigana e do Ventre proporcionam, que tal praticar? Você, Associado da ASSIST, e seus beneficiários poderão se inscrever e aproveitar o Benefício Danças, para fazer as aulas da modalidade que mais lhe inspirar. A professora Natália Trindade, responsável pelo benefício nos conta um pouco sobre ele:

“O Benefício Danças na ASSIST existe há 20 anos e proporciona aos associados a prática de uma atividade física prazerosa, de caráter socializador, que promove a manutenção da saúde do corpo e da mente. Iniciamos com a Dança de Salão, executada em pares. Há três anos, implementamos a Dança do Ventre e a Dança Cigana, para atender com exclusividade o público feminino, que ainda é maioria na atividade de Dança. Os módulos possuem duração de 16 horas de aulas, ou seja, oito semanas. Neste formato, os alunos renovam as inscrições, garantindo a permanência da turma e permitindo que novos associados inscrevam-se para os próximos módulos.” – explica Natália.

Para se inscrever na modalidade escolhida, basta acessar a página do Benefício no site da ASSIST onde encontrará por região todas as informações pertinentes as aulas disponíveis, como local, ritmo, nível do módulo, dia da semana, horário e todos os demais detalhes. Acesse o nosso site (www.assist.org.br) e garanta já a sua vaga. A confirmação da inscrição será enviada por e-mail, SMS ou WhatsApp.

Os Bailes dos Associados ASSIST proporcionam noites de integração e glamour. Onde todos os Associados podem participar e levar até três convidados, além de uma maravilhosa oportunidade para reunir os praticantes das aulas de dança. Os convites são solicitados no site da Associação e retirados na sede, mediante doação. Nas duas últimas edições, no Clube da Aeronáutica, foram pedidas entregas de ração para cães e gatos, direcionadas à instituições que cuidam de animais abandonados. A ideia foi bem recebida pelo público e será mantida.

Alguns momentos especiais do Baile dos Associados ASSIST são as apresentações, o Flash Mob e o Aulão de Dança Charme. Segundo a professora Andréa Vida, “é um momento único, de total sintonia entre as pessoas, que jogam fora a tensão, a timidez, a depressão e a angustia. É um instante do autorreconhecimento, onde cada associada é uma estrela. Danças só trazem o bem! Pelos depoimentos que temos, danças curam!”

De onde vem esse encanto?
Há muito mistério e diversas histórias sobre o surgimento das Danças Cigana e do Ventre, mas nada cem por cento comprovadas. Mônica Cirino (Najla) nos conta que, “podemos dizer que a Dança Árabe Oriental veio do antigo Egito, mas, infelizmente, não há documento que prove de onde e quando ela surgiu. O que temos são contribuições dos historiadores que, na tentativa de ajudar a contar as histórias de cada área, no auxiliaram a aprender o estilo de cada dança vindo de determinadas regiões.”

Segundo Natália Trindade, a origem mais aceita, é que teria surgido em rituais e cultos religiosos no Egito. Onde as mulheres que desejavam ser agraciadas com a maternidade dançavam cultuando Deusas, movimentando os quadris e o ventre em celebração à vida e a fertilidade. A professora Andréa Vida complementa que, “a Dança do Ventre, entretanto, sofreu influência de muitas culturas, e, até hoje, continua a se desenvolver. Independente disso, possui estilo próprio.”

A Dança Cigana tem sua origem muito complexa por ser povo nômade, que mistura raízes de diversas nações, tendo característica com o estilo de vida e tradição de cada grupo. Estudos relatam origem no Oriente, mais especificamente na Índia e forte influência Hispânica. Culturas estas que influenciaram o estilo da dança com batidas de quadris e mãos. Há quem garanta que também surgiu no Egito. Mas, assim como a Dança do Ventre, não há uma documentação que comprove onde foi o berço dessa modalidade que encanta em todos os continentes. Então, qual o estilo que irá te envolver melhor?

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