Saúde Bucal

Por Verônica Berni

O autoexame é um forte aliado da saúde bucal que pode ajudar a evitar problemas dentários e outras doenças mais graves. Saiba como reconhecê-las e preveni-las.

É fato que especialistas afirmam que a higiene bucal pode evitar tártaro, gengivite, periodontite, cárie e outras doenças. Muito se fala sobre as técnicas de escovação, tipos de fio dental, escovas e enxaguatórios bucais. A cavidade bucal, além da cárie e tártaro pode sofrer diversas outras alterações que geram queixas e dúvidas que precisam ser esclarecidas, para garantir uma prevenção eficaz. Antes de irmos as consultas periódicas podemos ter alguns hábitos saudáveis.

Cárie

Doença infecto contagiosa ocasionada por desmineralização do esmalte dental por ação de bactérias que se alimentam de restos de açúcar, liberando ácidos que atacam o esmalte dentário. A lesão (cavitação) média ou profunda provoca dor, e deve ser tratada pelo dentista para evitar a necessidade de tratamento de canal ou extração dentária. A prevenção é a higiene bucal adequada com escova de cerdas macias, pouco creme dental, fio dental, e consumo controlado de alimentos e líquidos açucarados.

Tártaro

Também conhecido como cálculo, é o endurecimento da placa bacteriana que não foi removida com uso de fio dental e/ou escovação. Provoca sangramento gengival, halitose e em casos avançados perda do dente por amolecimento. A prevenção é a mesma da cárie, sendo que a formação do tártaro independe do consumo ou não de açúcar.

Sensibilidade Dentinária

É a hipersensibilidade sentida quando se bebe líquidos ou consome alimentos muito quentes ou gelados. A sensação de “choque” é devido a exposição da dentina por escovação excessiva e/ou uso inadequado de escovas de cerdas médias e duras. A prevenção consiste em utilizar escova de cerdas macias com técnica correta de escovação. O tratamento é feito com pastas dessensibilizantes e controle da escovação para não piorar a sensibilidade já existente.

Halitose

A Halitose ou mau hálito é uma alteração de odor bucal que pode ocorrer por diversos motivos: Tabagismo; bebidas alcóolicas; alimentos com odor forte (alho, cebola, café); uso de determinados medicamentos; aparelhos ortodônticos; próteses mal higienizadas; jejum prolongado; patologias bucais e do estômago.

Como prevenir

Escovação adequada é fundamental. Dentes com aparelhos ortodônticos devem ser limpos com escovas ortodônticas especiais e o uso de passafio. As próteses fixas são limpas com escovas interdentais. Próteses removíveis como dentaduras e roachs devem ser escovadas com escovas de cerda dura, e à noite devem ser retiradas e imersas em produtos específicos.
Devemos dar uma atenção especial à escovação da língua, onde resíduos alimentares ficam presos. Bochecho com enxaguatórios bucais (sem álcool) ajudam, porém, devem ser indicados pelo dentista, dependendo do caso. Fazendo uma leve pressão, comece pela parte de trás da língua, escovando em direção à parte da frente. Finalize enxaguando a boca. A limpeza pode ser feita com a escova ou limpador de língua.

Halitose em bebês

Muitos responsáveis se queixam que seus bebês têm hálito “forte”. Desde o nascimento, a boca (gengiva, língua e lábio) do bebê deve ser delicadamente higienizada com fralda ou pano limpo embebido em água filtrada, a cada mamada ou refeição. A partir do nascimento do primeiro dente, utiliza-se uma dedeira de silicone (somente após 3 meses de vida).
Os bebês podem apresentar halitose pela presença de fungos na língua, mais conhecido como “sapinho” ou candidíase oral, por baixa imunidade, com menos de 6 meses. Apresenta-se com placas ou pontos brancos na língua que se diferenciam de acúmulo de leite porque o bebê apresenta choro constante, febre, irritabilidade e dificuldade para engolir.
A prevenção é muito simples. Basta manter mamadeiras, talheres, chupetas e mordedores esterilizados. Antes de tocar no bebê lave bem as mãos, e não beije o bebê na boca. Apesar de ser um gesto comum de pais e parentes, ele transmite bactérias.

Halitose em crianças, jovens e adultos

A cárie e o tártaro também causam halitose pois estão relacionados a má higiene. Gengivites provocam sangramento na gengiva e hálito forte. A prevenção é simples, basta escovação correta e o fio dental, além da limpeza da língua. Dentes cariados e problemas gengivais devem receber tratamento apropriado e controle pelo dentista.
A Halitose provocada por medicamentos e infecções respiratórias e bucais são transitórias e tendem a desaparecem tão logo é feito tratamento. Se todos os cuidados bucais foram tomados, e ainda assim a halitose persistir, um otorrino ou gastroenterologista deve ser procurado.

Estomatite aftosa

Infecção da parte interna da mucosa labial e gengivas. Pode acometer adultos e crianças. Caracterizam-se por pequenas feridas superficiais dolorosas. Há presença de febre, dificuldade para comer e irritabilidade. Dura em média duas semanas, e o tratamento consiste em aplicação tópica de pomadas anestésicas. Está relacionada a baixa imunidade.

Aftas bucais

Muito comuns, são feridas extremamente dolorosas provocadas por trauma dentário durante a escovação ou qualquer objeto, uso de aparelhos ortodôntico, próteses recém instaladas e mordida involuntária da mucosa. Duram também em média 2 semanas e cicatrizam espontaneamente. Alimentação muito ácida também pode contribuir para o aparecimento de aftas. A Prevenção está ligada aos cuidados para não haver traumas na região bucal.

Câncer Bucal

Tumor maligno que afeta lábios e toda a estrutura bucal: Gengivas, bochechas, bordas e assoalho de língua, céu da boca, região de orofaringe e glândulas salivares. A doença é mais frequente em homens com mais de 40 anos. No Brasil, este câncer é o 13° mais frequente entre todos os tipos.
Os fatores de risco estão diretamente ligados a falta de higiene por conta de tabagismo, etilismo (bebidas alcoólicas), e infecção pelo HPV. Outros riscos são: exposição solar sem proteção (câncer de lábio), irritação crônica por dentaduras e prótese mal adaptadas, dentes quebrados e não removidos, causando feridas e baixa imunidade.
Os sintomas são pequenas lesões geralmente indolores como verrugas ou feridas que não cicatrizam por mais de 15 dias. Também pode ocorrer placas brancas ou vermelhas na boca, nódulo no pescoço e ronquidão persistente.
O tratamento depende do estágio da doença (quimioterapia, radioterapia e cirurgia). Se detectado no início, as chances de cura são de 80%.

Cáseos Amigdalianos

São bolinhas malcheirosas de coloração branca ou amarelada que se desprendem das amigdalas quando se engole saliva, durante espirro, ou se comprime a região. Os cáseos são provocados pela retenção e endurecimento de pequenos restos de alimentos e bactérias nos sulcos das amigdalas. Podem ser removidos com gargarejo com água morna ou uso de cotonete. Tanto o dentista quanto o otorrinolaringologista podem identificar essa alteração e ajudar na remoção.

Auto exame bucal

Sempre que puder, verifique à frente do espelho as estruturas bucais, se observar qualquer alteração, procure o dentista. A visita periódica, recomendada a cada seis meses, previne muitos problemas bucais e detecta precocemente possíveis doenças e alterações.
Compartilhe com os seus amigos e familiares estas informações. A prevenção é sempre o melhor caminho!

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