Yes, nós temos bananas!
Por Leonardo Costa
A famosa marchinha de carnaval, de João de Barro, estava quase certa. Banana menina tem vitamina, não engorda e faz crescer.
Yes, nós temos bananas para dar, vender, cozinhar, fazer doce, salgados, farinha, petiscos e tudo que ainda possam inventar. O fruto mais popular do Brasil tem muitos benefícios e possibilidades de consumo. Super acessível à mesa do brasileiro, a banana ajuda a prevenir doenças e regularizar o nosso intestino.
A banana pode ser considerada como uma das frutas mais consumidas no mundo. Tipicamente tropical, o clima brasileiro é muito favorável ao seu plantio, que se estende em quase todo o território nacional. Ela é encontrada em todos os mercados e feiras livres do país, fazendo do Brasil o segundo maior produtor e consumidor do mundo, perdendo apenas para a Índia.
No Brasil e no Mundo
O site a feira (http://www.ufrgs.br/afeira), uma iniciativa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), traz algumas curiosidades das características botânicas e origem da banana.
Segundo o site, a palavra banana é originária das línguas serra-leonesa e liberiana (costa ocidental da África), a qual foi simplesmente incorporada pelos portugueses à sua língua. A origem exata da bananeira não pode ser dada com exatidão, mas admite-se ser oriunda do Oriente, do Sul da China ou da Indochina. Ela tem sido cultivada há mais de 4.000 anos.
Estudos apontam que as bananeiras existem no Brasil desde antes do seu descobrimento, na região litorânea e amazônica. As sementes das bananeiras primitivas, que eram férteis, teriam tido 2 cm. Atualmente, em geral são estéreis e se apresentam como pequenos pontos escuros localizados no eixo central da fruta.
Tipos de Bananas
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançou em 2006 a 3ª edição da publicação “Banana”, da Coleção Plantar, com informações sobre o manejo e variedades desta fruta tropical, com algumas dicas e curiosidades.
De acordo com a publicação, as variedades de banana mais difundidas no Brasil são: Prata, Pacovan, Prata Anã, Maçã, Mysore, Terra, D’Angola, Nanica, Nanicão e Grande Naine. As variedades Prata, Prata Anã e Pacovan são responsáveis por aproximadamente 60% da área cultivada com banana no Brasil.
E, o que a banana tem? Ela é rica em potássio, vitamina B6, C e também criptofano. Aquele neurotransmissor, que traz a sensação de prazer e bem-estar, logo, ajuda a reduzir o estresse e a depressão.
Prata: É um fruto pequeno, de sabor pouco doce a suavemente ácido. Tem a sua vantagem de ser mais durável, tem 89 calorias a cada 100 gramas.
Maçã: Considerada pelos brasileiros como a mais nobre, tem a sua casca fina e polpa saborosa, suave e doce, lembrando o sabor da maçã. Muito indicada para bebês e idosos. De tamanho pequeno, ela tem 100 calorias em cada 100 gramas.
Ouro: Com um tamanho inferior a 10 centímetros, a sua forma é mais cilíndrica e a casca mais fina. Possui um a polpa doce e perfumada, com 158 calorias em cada 100 gramas.
D’água (Caturra): É um fruto grande e bem adocicado, quando maduro. Considerada a mais popular no Brasil, tem 87 calorias a cada 100 gramas e pode ser levemente laxante.
Terra: É um fruto grande, geralmente consumido cozido ou frito. É o tipo com mais quantidade de vitaminas A e C.
Em geral, alguns especialistas afirmam que a banana tem menos açúcar que o cereal matinal, tem 5 vezes mais magnésio que a alface e 60% mais fibras que 1 barrinha de cereal. Além de ser uma excelente relaxante muscular natural que equilibra as funções cerebrais.
Da casca
Já pensou em utilizar 100% da banana? Culturalmente, a sociedade mantém o hábito de descascar as frutas e legumes, descartar as cascas e consumir apenas a sua polpa. Alguns especialistas divergem desta maneira de consumo e ensinam como as cascas podem ser consumidas, contribuindo ainda mais para uma boa alimentação com o seu ganho nutricional.
Segundo a nutricionista Tatiana Zanin, a casca da banana é rica em fibras e tem mais minerais que a própria fruta, como o potássio e o cálcio, que fortalecem os ossos e previnem cãibras musculares. Mas, a casca não deve ser consumida crua e precisa estar bem higienizada para o preparo de farinha ou em diversas receitas como bolos e doces. Uma receita vegana bem interessante é a carne de casca de banana.
Em sua composição nutricional é possível encontrar carboidrato, potássio, ferro, proteína, fibras, cálcio, magnésio e menos de uma grama de gordura, para cada 100 gramas da casca. Também são encontrados antioxidantes, Ômega-3 e Ômega-6.
Banana Verde
O uso da banana verde na culinária brasileira tem se popularizado, principalmente pela biomassa e agora pela farinha. Os subprodutos da banana verde são ricos em amido resistente, tem baixa concentração de açúcares e são ótimas fontes de fibras. Podem ser facilmente implementados como mais uma alternativa de alimentação saudável.
Porém a diferença entre a farinha e a biomassa está na concentração de fibras, segundo a tese de doutorado apresentado na Faculdade de Ciência da USP. A farinha se mostrou uma alternativa melhor para a alimentação, pois durante o processo de cozimento da biomassa muitas fibras se perdem. Enquanto no processo da farinha, a secagem mantém as suas propriedades.
Segundo alguns dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o padrão de hábito alimentar do brasileiro conduz mais de 60% da população a não ingerir a quantidade de fibras necessárias. De acordo com a Academia Nacional de Ciências (The National Academy of Sciences, 2002), as recomendações nutricionais de amido resistente e fibras para jovens e adultos são em torno de 25 a 38g.
Segundo a Embrapa, a banana verde (Musa sp.) pode ser considerada um alimento funcional por ser rica em amido resistente, composto que no organismo humano atua como fibra dietética, melhorando o trânsito intestinal e servindo de substrato para a microflora bacteriana do intestino grosso, assim exercendo diversos efeitos benéficos sobre a saúde, como redução da glicemia, ação hipocolesterolêmica e proteção contra o câncer.
Biomassa
A Nutricionista do Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Dra. Daniela de Almeida, explica no site da SBD que, a massa da banana verde é um produto da banana verde cozida com casca e tem sido utilizada na alimentação devido a sua boa quantidade de fibras, alta fermentabilidade e reduzido valor energético.
Ela é rica em minerais como potássio, fósforo e cálcio. Segundo a nutricionista, é um alimento de alta produção que já está inserido nos hábitos da população. De fácil acesso e baixo custo, é reconhecida como uma alternativa de substituição ao glúten para pacientes celíacos.
Não só as pessoas diabéticas poderão colher os benefícios da massa da banana, pois apesar de perder grande parte de amido resistente durante o processamento, ela possui baixo índice glicêmico. Por ser um alimento neutro de sabor, ela pode ser usada em diversas receitas (salgados e doces), ela aumenta o tempo de digestão, podendo controlar a liberação de glicose.
Para o consumo prático, a culinarista Bela Gil fala sobre como utilizar a biomassa em um de seus vídeos #BelaResponde. Segundo a especialista, a biomassa pode ser acrescentada no feijão, substituir o creme de leite nos strogonoffs e ainda servir como base para um brigadeiro. Além de substituir ingredientes de pães, bolos e algumas massas.
Farinha
A quantidade recomendada por especialistas é a ingestão diária de até duas colheres de sopa da farinha, que equivale a 30 gramas do alimento. O ideal é consumir a farinha com outros alimentos, podendo ser misturada a sucos, vitaminas, frutas ou integrar outras receitas como massas de bolos e tortas. Para fazer a farinha, basta cortar a banana verde em rodelas finas e levar ao forno por aproximadamente 30 minutos. Depois de secas, é só bater no liquidificador até conseguir a textura desejada.